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A Providência e o rolé dos favelados

Apostando no turismo alternativo , Cosme Felippsen mostra um outro lado da cidade

Cosme Felippsen
Cosme Felippsen -

A primeira Favella do Brasil fica bem ao lado da Central do Brasil. Em 1997 aconteceu uma grande comemoração do centenário da Favella e a chegada dos ex-combatentes do massacre de Canudos. Eles vieram receber seu salário que eram terras no Rio de Janeiro, não recebendo nada ocuparam o morro e deram o nome de Favella por ser parecido com outro morro de Canudos onde há predominância da planta favela.

Bem, não tem como eu deixar de fazer essa introdução da minha histórica Favella. Eu estava bem na praça Américo Brum onde hoje está o teleférico da Providência. Eu tinha apenas 8 anos de idade em 97. Um casal de estrangeiros me abordou e perguntaram se eu poderia levá-los pelos becos do morro. Destemido e curioso, fui. Achava tão estranhas as roupas deles e o que eles falavam entre si. No final do passeio ganhei, meu primeiro pagamento… foi um picolé. Hoje sou um guia de turismo formado e que traz milhares de pessoas pra conhecerem a história de onde vivo. Dei uma evoluída no serviço e por isso hoje recebo dinheiro e cerveja como pagamento. Brincadeira à parte.

Meu guiamento começou a ser chamado de Rolé dxs Favelladxs em 2016 quando, junto com minha amiga Gizele Martins, da Maré, começamos a caminhar pelas favelas e a conversar sobre diversos temas como cultura, resistência e direitos humanos. Esses rolés já aconteceram em diversos lugares como Maré, Santa Marta, Alemão, Zona portuária, Herança Africana, Salvador (BA), Salgueiro e outros.

Aqui na Providência o percurso termina sempre com chave de ouro no famoso Bar da Jura, que é campeão na gastronomia local e conta com uma bela vista. Desde 97 já trouxe mais de 7 mil pessoas para conhecerem minha Favella, a primeira do Brasil.

Cosme Felippsen Arquivo pessoal
Cosme Felippsen Arquivo pessoal

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