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Áfrikerança, uma união ancestral

Candomblé pode ter data histórica no Rio

Rosângela D'Yewa
Rosângela D'Yewa -

Marque na sua agenda: Todo dia 10 de outubro será o Dia do Áfrikerança: Matriarcado Ancestral do Brasil. Grata surpresa que recebi do deputado estadual Átila Nunes (PMDB), que apresentou na sexta-feira um projeto de lei na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro pedindo a criação da data. Pedimos a todos os orixás que atendam nossas preces e que o pedido seja aceito.

Muita gente tem preconceito com o Candomblé, mas não olha o quanto de amor ao próximo e generosidade damos. Há 30 anos estou à frente do meu terreiro e lá cuidamos das favelas ao nosso redor: Teixeira, Curumaú, Tancredo e Santa Maria, todas em Jacarepaguá, mas mesmo assim sofremos com templos quebrados e queimados? Por quê? Deus não é amor? Que amor é esse? Eu fiquei muito feliz com esse momento que representa o respeito à diversidade, o reconhecimento à ancestralidade de matrizes africanas na figura da mulher, mãe, biológica ou não, como uma reparação histórica, em um momento em que os índices de intolerâncias religiosas e o racismo aumentam.

O Áfrikerança foi um evento que uma comissão de Iyalorisás e eu realizamos em São Gonçalo no último dia 10. É uma união, sem fins lucrativos, e uma aliança entre o Brasil e a Nigéria. Enquanto Iyalode, tenho como missão dada na Nigéria de reunir matriarcas (Iyalorisás) para que juntas possamos recriar um nova sociedade neste momento pós-pandemia, mostrando toda a base de sororidade, solidariedade que sempre existiu no Candomblé, os saberes ancestrais que ajudaram a resistência e sobrevivência da Cultura de Matrizes Africanas.

Nossa luta é contra o racismo estrutural, a violência contra a mulher e pelo empreendedorismo feminino. Se quiser saber mais sobre nosso trabalho, siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/iyalodeojewunmirosangeladyewa.

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