Zé do Caroço

A história de Aira é como a de muitos brasileiros. Com apenas sete anos, ela e sua mãe, Rosimar Nascimento, se mudaram de Natal, no Rio Grande do Norte, para o bairro Senador Vasconcelos, perto de Campo Grande, na Zona Oeste. Potiguar e de origem indígena, Aira reconhece que trouxe para o Rio a força das mulheres de sua família. "Minha avó, Josefa, foi uma das lavadeiras de Natal que batalhou muito para nos criar", afirma.

Foi isso que a fez buscar sua autonomia por meio de estudo e trabalho. Ela ingressou em uma jornada dupla em que tinha de trabalhar durante o dia e cursar a faculdade de engenharia de produção à noite. Ao perceber que era uma das poucas mulheres negras a cursar as áreas técnicas e superior, a engenheira buscou entender o passado e o legado da população negra. "Na minha geração, a gente foi 'se tornando negra'. Eu não conhecia a fundo a minha história. Isso não foi ensinado na escola", lamenta.

Após o nascimento de seu filho, Aira começou a se questionar de qual maneira poderia contribuir para a construção de um mundo que oferecesse melhores oportunidades para pessoas negras. Em 2019, a neta de dona Josefa criou o Josefinas, uma casa de empreendedorismo de mulheres da periferia em Campo Grande. "Além do empreendedorismo, eu trabalho cultura, identidade, território", explica. Para saber mais informações, acesse o Instagram @asjosefinascolab.