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Ambulante e artista, MC Zuleide faz sucesso na Internet com humor que retrata a vida do favelado: 'Pessoas reais inspiram'

Cria do Complexo do Chapadão, jovem trabalha na praia, é poetisa, cantora e já soma mais de 42 mil seguidores no Instagram

MC Zuleide já morou em várias favelas do Rio
MC Zuleide já morou em várias favelas do Rio -
Sem perder o sorriso no rosto, Suelen Beatriz, de 23 anos, percebeu logo cedo que o único caminho possível pra crescer na vida é o trabalho, ainda mais para quem é morador de favela. Cria do Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, ela já trabalhou em mais de dez empregos e atualmente é ambulante na praia do Leme. Em meio aos corres do dia a dia, a jovem nunca deixou de lado o seu sonho de viver da arte e hoje faz sucesso no Instagram como MC Zuleide, mostrando com muito humor a realidade do favelado pros seus mais de 42 mil seguidores.
"O Complexo do Chapadão foi a parte que eu passei minha adolescência. Só que a raiz da minha família vem da Pavuna. Minha mãe cresceu ali na Via Light, na beira do Rio Pavuna, dentro de uma das favelas do Chapadão. E meu pai também morou um pouco Chapadão, e depois na Torre, até chegar na Via Light, no rio da Pavuna também. Aquelas coisas de quem sempre morou de aluguel. Meus pais se conheceram ali na Pavuna, em baile. Porque eles são funkeiros natos, até hoje gostam de funk. Não tem jeito, favela é um ambiente muito musical. Aprendi muito. Acredito que a essência da minha família vem muito de lá."

Apesar de se considerar cria do Chapadão, MC Zuleide já passou por diversas favelas do Rio de Janeiro, e hoje mora no Morro da Babilônia, na Zona Sul.

"Eu já rodei favela nesses meus 23 anos. Grávida de mim, minha mãe foi morar lá no Dom Bosco. Aí morei lá até uns 10 anos. Depois a gente voltou pra Pavuna e morou um cadinho no Morro da Torre, que é uma das favelas do Chapadão. Na minha fase de adolescência eu morei ali e fiz o ensino fundamental. Estudava e trabalhava já. Comecei a trabalhar aos 13. Aí depois, com uns 16 anos, a gente foi morar lá no Rio Pavuna, na Via Light, que é uma das favelas da Pavuna também. Moramos em três casas diferentes em três meses, porque não tava em condições da gente morar. Com 19, a minha família já tava morando na favela do Lixão, em Cabo Frio. Eles foram morar lá em 2018. Aí eu comecei a rodar já adulta. Morei na Barreira do Vasco, depois morei um tempo na casa de uma amiga na Providência. Agora tô morando no Morro da Babilônia. Aquele drama da jovem periférica que mora de aluguel. É muita luta. Já rodei umas oito favelas", conta.
MC Zuleide usa o humor pra retratar o cotidiano do favelado - Foto: Divulgação / Cristiano Juruna
Justamente por ter vivido em diversas comunidades, Zuleide passou por várias dificuldades que infelizmente são comuns pra quem mora em favela.
"A dificuldade é do básico. A falta do básico nos faz querer ter mais que o necessário. Por isso que quando a gente sonha, a gente sonha alto e com gosto mesmo. Porque é muito difícil conseguir sonhar e enxergar para além do que o beco de deixa enxergar. É muito difícil descer pra ir pra escola enquanto o caveirão tá subindo. E você tá ali como escudo, de certa forma. A gente cresce começando a trabalhar cedo, porque sabe que pra ter comida no prato é difícil. Eu comecei a trabalhar com 13. Comecei a ser adulta faz bastante tempo. E as dificuldades que eu enfrentei não diferem muito do que o meu vizinho aqui do lado enfrenta, e nem da minha mãe e do meu pai. Uma vez, numa operação policial quando eu morava no Chapadão, eu quase levei um tiro. A gente cresce com medo de morrer. Mas é isso, a gente sai de uma favela e vai morar em outra. A bala canta do mesmo jeito e a gente não tem pra onde correr. Mas a gente segue aí, por incrível que pareça, firme e forte."

Ao opinar sobre as principais carências que fazem parte do cotidiano do favelado, a MC citou um verso dela.

"Tem uma poesia minha que eu falo: 'E se na favela que tu é cria tivesse mais projeto social do que operação policial, como você estaria hoje?'. Eu consigo enxergar possibilidades. Mesmo pra mim, que ainda sou moradora de favela, sou artista e tô correndo atrás do meu sonho de ter qualidade de vida. Lógico que eu quero comprar Nike e Adidas, mas o meu corre mais sincero é me tornar ex-inquilina e não ter insegurança em alimentar ninguém da minha família. A gente cresce com muita dificuldade. Pelo amor de Deus, né? Salário mínimo. Vamos começar por aí. As coisas todas caras. Os verdadeiros heróis existem dentro da comunidade. São aqueles que aparecem aqui dentro da minha porta. Que sabem que eu tô passando alguma dificuldade e a vizinha vem e fala: 'Tá precisando de um feijão? Porque o apoio público pra gente, parece que não existe para além de operação policial. Para além do medo. Porque a pessoa que é de favela ela é desrespeitada independente se você tem envolvimento com alguma coisa errada. Se você for preto e de favela, o policial pode entrar dentro da sua casa pra achar alguma coisa. Quando eu morava com meus pais, já teve esse rebuliço dentro da minha casa quatro três vezes. E essas coisas entram na mente do favelado. Desrespeito pega muita a gente. Acredito que se tivesse mais projetos sociais, se tivesse mais atenção pras crianças… Porque o futuro da nação são as crianças, mas parece que as nossas crianças não estão envolvidas nisso. Porque Ágatha Félix morreu com um tiro no peito com 8 anos de idade, lá no Complexo do Alemão."
MC Zuleide usa seu alcance nas redes sociais para pedir a melhoria para o favelado - Foto: Reprodução / Arquivo pessoal
A vivência em comunidade também está por trás do seu nome artístico, inspirado em uma personagem de uma produção que retrata bem a vida do favelado.

"Meu apelido é Zuleide desde os meus 14 anos. Por que? Sabe o filme Cidade dos Homens, que tem o Laranjinha e o Acerola? Então, antes de ser filme, era série e eu assistia muito com o meu irmão. Eu sempre gostei muito de ser favelada, sempre tive orgulho. Porque eu sei que a gente corre atrás pra caramba pra ligar pra quem usa o termo favelado como ofensa. E a Zuleide era uma personagem da série que me lembrava. Aí uns amigos meus, me apelidaram e todo mundo começou a me chamar assim. Aí quando eu fui gravar minha primeira música eu falei: 'Bota MC Zuleide', que é um nome diferente. Aí o cara falou: 'Mas isso é nome de velho.' Eu retruquei: 'E velho não transa não? Pode ser a amiga na minha avó Franscisa ou Julia, que tem os seus 65 anos e pode muito bem falar sobre sexo. Qual é o problema?' É bom que é um nome marcante e ninguém vai esquecer", contou ela rindo.

A vontade de viver de ser artista foi instigada dentro da sua própria casa. Isso porque sua mãe também era MC, enquanto seu pai gostava de dançar nos bailes funk.

"Eles se conheceram num baile funk. Meu pai dançava. E minha mãe, quando tinha 16 anos ela já ia pra baile também e tudo mais. Eles tinham um cotidiano muito difícil. Aí minha mãe começou a compor sobre a realidade da favela. Ela perdeu um irmão, meu tio, pela violência dentro da favela nos anos 90. E aí ela começou a escrever, mas era uma parada mais pro funk relíquia. Uma coisa mais falada, de rima, de rap. Só que minha mãe nunca pisou num estúdio. Ela chegou a escrever com uma amiga dela uma música. Cantava lá no beco, nos bailes assim. Mas ela trabalhava, e aí é muito difícil correr atrás de um sonho tendo que correr atrás do que comer. Mas o funk sempre foi enraizado na minha família. Porque todo mundo é cria de favela, que é um lugar muito musical. Tu andando no beco é um escutando Bebeto. Aí é outra escutando Alcione, James Brown. Aí hoje em dia tu desce tem alguém escutando Gloria Groove. E o funk tá em todos os lugares."

Antes de começar a cantar, a Zuleide que entrou de cabeça nos mundos das artes através de um grupo de dança.

"Fiz parte de um grupo de dança chamado Art Black, que se apresentou em Madureira e ganhou uma batalha da Nike lá. A gente se apresentou em vários lugares e depois veio ao fim. E aí quando eu tava com 19 anos, o mesmo produtor do grupo falou: 'Você tem uma pegada artista. Tu não sabe escrever não? Vou te levar num estúdio pra tu gravar uma música.' E eu nem sabia que eu sabia compor. Aí quando eu fui num estúdio pela primeira vez, tinha uma música meio: 'Vou sarrar no bico da Glock…', uma coisa assim. Aí eu falei que não ia cantar e ele perguntou, mas tu sabe escrever? Aí falei: 'Bota a batida que eu vou aprender agora.' Assim eu escrevi minha primeira música que é: 'Nós sai desse baile e racha o motel, quero ver se tu aguenta uma hora de chão. Sem pausa respira vem cá meu pretinho. Me beija gostoso mas sem emoção.' E eu adorei poder contar a minha parte da história. A parte das minas. E foi muito importante pra mim. De início eu não levei muita fé, mas depois descobri que eu sabia compor. Mas pelo meu dialeto, eu não botava as poesias pra frente. O favelado não sabe que pode ser poeta, descobri isso depois. A gente tem o direito de narrar a própria história. Fui ao estúdio pela primeira vez e fiquei pensando que minha mãe foi MC, que cantava em beco e viela, nos bailes e nunca pisou num estúdio. E agora eu tô tendo a oportunidade de dar continuidade de narrar a nossa própria história através da arte."

Apesar do apoio, a artista conta que seus pais tiveram um pouco de medo no início, por conta do machismo que até hoje é forte nesse meio.

"Tu acredita que meus pais pegaram mais encrenca por eu ser mulher? Porque o machismo tá aí, né? Ainda mais pra uma mulher preta de favela. O estereótipo que já tem nosso é de ser só mina Globeleza. Mas essas história tá começando a ser mudada, e que esse avanço não pare. Que a gente tenha liberdade de falar de tudo que a gente queira falar. Mas minha mãe me avisou, você vai sonhar? Tem que trabalhar como você já trabalha. Eu já tive uns 12 empregos. Umas sete assinaturas na carteira e mais uns cinco informal, porque agora eu sou ambulante de praia. Aí é muito disso. O apoio dos pais pra uma filha que é favelada, é tipo: Pra você vai ser quatro vezes mais difícil, mas se você for fazer nós estaremos aqui com muito orgulho só de você tá tentando. E eu sinto muito isso nos meus pais, eles me motivam muito. Porque eu sou a continuação dos sonhos que interromperam a todo momento da minha família. Tanto da minha tia, que queria ser bailarina, da minha mãe que queria ser MC, do meu pai que queria ser dançarino, do meu irmão que queria ser rapper. Só que a realidade bate de frente com os nossos sonhos. Mas nós segue firme porque o bagulho é doido, mas nós é mais doido que o bagulho."

Para seguir correndo atrás diariamente do sonho de viver só através da sua arte, MC Zuleide conta que foi inspirada por mulheres precursoras no funk.

"Tati Quebra Barraco, MC Carol, Kmila CDD, MC Sabrina. Eu lembro quando eu tinha 13 anos e ia pro show da Sabrina e ficava assim: Caraca que maneiro! Ela Cheia de marra cantando e todo mundo aplaudindo. São mulheres que eu vi na minha infância e adolescência, cantando e se posicionado. Botando a cara e falando o que eu ouvia que menina não podia dizer. Que não podia se comportar de tal forma. E eu vendo ali referência de mulheres empoderadas, me fez crescer criando opinião e formando opiniões. Pra MC Zuleide, pra Pocah, pra Ludmilla, pra Anitta existirem, teve uma Tati Quebra Barraco lá na Furacão 2000, sabe? Que a gente viu e falou, que maneiro!"

A MC também citou alguns nomes da atual cena que servem de referência para ela e para outros favelados.

"Hoje em dia eu tenho muitas referências atuais também. Ludmilla, de composição é uma pessoa que eu tenho total admiração. Do rap, Major RD, Stefanie e Tássia Reis que são do rap também. Eu gosto muito do TZ da Coronel, que é um moleque que canta a sua realidade. Fico feliz de descer o morro e ver os moleques escutando e falando: 'Maneiro! Referência de uma pessoa preta que faz dinheiro através da arte. Eu posso ser igual esse moleque.' Referência pro favelado é a base. A gente precisa pegar no jornal e ver. Porque já crescemos vendo a nossa dor alimentando as manchetes de jornais."
MC Zuleide faz palestras falando sobre funk e a realidade das favelas - Foto: Reprodução / Arquivo pessoal
Apesar das mulheres estarem conquistando um espaço na cena musical, Zuleide opina que apesar do que muitos acham, o machismo continua grande.

"O machismo não diminuiu no funk. Mas só de sacanagem com os caras que foram machistas com a gente, as mulheres não param de crescer. Porque tu ser mulher artista no funk, sendo MC ou dançarina, tu tá de cara com o machismo. Desde o DJ que me vê do lado do meu produtor e olha pra ele o tempo todo pra conversar sobre a música e não conversa comigo porque eu sou mulher. Até aquele MC que fica falando: 'Vou te levar no meu estúdio porque sei que você tá querendo gravar uma música', e depois quer ficar com você. Porque para além do seu talento, antes disso ele vai te enxergar pelada. É mais fácil te convidar pra rebolar a bunda no clipe dele, do que te chamar pra gravar uma parceria. Não que tenha problema de balançar a bunda, mas tipo assim, não vai me apoiar? Os MCs de rap, de funk precisam chamar. Precisam falar: 'E aí, Poesia Acústica? Vamos chamar uma MC Rebeca, MC Zuleide. Fazer um Poesia Acústica só de mulher?' Porque artista feminina é o que não falta. E isso diz muito sobre a cena até hoje."

MC, comunicadora e poetisa, para pagar as contas e correr atrás do pão de cada dia, Zuleide também é ambulante na praia do Leme. A artista conta que antes disso, já teve vários outros empregos.

"Eu sou empreendedora, né (risos)? Mas antes de começar a ser ambulante de praia, meu primeiro trabalho foi como caixa do McDonald's, lá na Pavuna, quando eu tinha 14 anos. Com 15 eu fui feirinha da Pavuna. Depois fui telemarketing e pesquisadora de rua em Caxias. Já fiz muito freelance com panfletista. Já trabalhei em loja também. Sempre tem o sonho, mas o corre nunca parou. Porque pra além de sonhar, eu preciso pagar o teto que eu tô morando pra poder sonhar acordada e dormindo. Quando veio a pandemia eu tava morando de aluguel e abri um lava a jato chamado Faixa Rosa, na Barreira do Vasco, quando eu morava lá. Eu já trabalhava de ambulante, mas por conta da pandemia, quando fecharam as praias, abri um lava a jato. Trabalhei numa sorveteria também. Sempre trabalhei, porque antes de sonhar, eu preciso comer e morar."

Zuleide, inclusive faz questão de destacar na bio do seu Instagram que é ambulante.

"Comecei a ser empreendedora quando eu fiz bolo de pote e vendi na Pavuna, quando eu morava lá. Depois fui pra Barra da Tijuca e vendi uns picolés e vi que dava lucro. Por último, vim pro Leme, onde eu já tô há três anos vendendo café da manhã pras pessoas que trabalham nas barracas, que alugam guarda sol e cadeiras. Eu passo de manhã vendendo café da manhã. Chocolate, pão, bolo, pão com ovo ou com linguiça calabresa. Quando a pandemia veio, e não é que as pessoas não podiam ir pra praia, é que o ambulante, o barraqueiro, não podia descer pra praia pra trabalhar. Aí vai eu de novo assinar carteira. Aí arrumei um trabalho em uma sorveteria no Méier. O período pandêmico, no auge, foi pavoroso. E agora o tempo tá horrível pra poder ir pra praia trabalhar. E quando eu comecei trabalhar, o café era R$ 10, agora é R$ 20. Tá tudo muito caro."
Como o bom brasileiro, Zuleide não desiste nunca e arruma tempo pra tudo. Foi no meio dessa correria que ela começou a investir também nas poesias.

"Surgiu de uma forma muito natural. Sou trem bala blogueira. Porque em diversos momentos eu tô no meu trabalho e a bala canta. Tem lá no meu Instagram. E quanto eu tô na praia trabalhando eu sempre registrei. Eu brinco: "Gente, tô aqui mais um dia. Vamo que vamo, pelo amor de Deus. Levanta, garota! Porque tu nasceu simpática, mas não nasceu herdeira!" Aí a galera sempre achou maneiro. Foi me acompanhando no Instagram, pegando mais pra essa lado humor também. Essa pegada da realidade. Acredito muito nisso, que pessoas reais inspiram pessoas reais. Acredito que a rede social vai muito além de uma foto bonita e um momento especial. Tu vai ver meu close, mas tu também vai ver meu corre. Vai perceber que pra eu ter aquele momento de vitória bebendo uma cerveja, a gente teve que correr igual ao Bolt. Pra ter aquele momento de vitória e postar aquela foto no feed. E eu tenho muito orgulho da minha realidade e não vejo motivos pra não colocar ela no Instagram. E acredito que eu posso inspirar pessoas de favelas, periféricas."

Apesar de estar contando a sua história hoje no MEIA HORA, essa não é a primeira vez que Zuleide sai no jornal já que ela também já estampou a página da Gata da Hora.

"Quando eu saí na Gata da Hora, eu tava na praia trabalhando. Eu saí nas bancas de jornal comprando e falando: Gente, olha eu na Gata da Hora! Queria até agradecer por estar aqui hoje contando a minha história, porque para além de uma bunda bonita, a gente também tem uma história que é muito importante tá no jornal também."

Apesar de já ter mais de 42 mil seguidores no Instagram, MC Zuleide conta que ainda não consegue viver através das publicidades que ela faz na rede social, mas que vem tentado investir cada vez mais nisso.

'Eu tô tentando me manter com publi. Tô tentando focar muito na MC Zuleide, porque tô cansada de bater areia. Mas tipo assim, a dificuldade bate, porque em publi muitas vezes só pagam 60, 40 dias. Sendo que eu sinto fome hoje, e tenho que pagar o aluguel amanhã. Mas tô começando a focar nas publis e tô ficando muito feliz com os resultados. Porque eu tô fazendo do meu jeito, com o meu dialeto de cria. E tá sendo muito importante pra mim ser uma voz periférica ocupando espaço na rede social. Já fui convidado pro Tim Music Rio. Nunca tinha ido pra São Paulo e fui convida pra ir pro Lollapalooza lá. Tá me ajudando na renda, mas é só o começo. Por isso que eu desço pra praia e trabalho e tá lá no meu Instagram "ambulante do Leme". E eu não pretendo tirar nem tão cedo, porque eu tenho muito orgulho."
Além de artista, MC Zuleide é ambulante na praia do Leme - Foto: Reprodução / Arquivo pessoal

Com apenas 23 anos e muita disposição pra correr atrás de tudo o que deseja, Zuleide compartilhou alguns dos seus sonhos.

"Eu sonho o que todo cria de favela sonha. Dar uma casa pra mãe. Se eu tô nesse corre ainda é porque minha mãe ainda paga aluguel. Dar estabilidade de vida pra minha família e pra mim. E acredito muito que a música, a arte, que é uma parada que eu amo fazer, pode mudar a minha vida e a da minha família. E quer ser referência pras pessoas que são de favela. Quero elas me olhem no jornal e falem: 'Que maneiro, tá aqui. Tá viva e contando a sua história. Quero ser igual a essa mina.' É isso que eu quero, criar ambição dentro das pessoas de favela. Porque uma coisa que o sistema faz é tentar fazer com que a gente não tenha sede de sonhar."

Animada com as novas oportunidades, MC Zuleide, que dona da música Olhando pra Você, que soma quase 140 mil visualizações no YouTube, promete mais um hit de sucesso em breve.

"Aguardem. Vem música nova da Zuleide em agosto!"
MC Zuleide já morou em várias favelas do Rio Foto: Reprodução / Arquivo pessoal
Além de artista, MC Zuleide é ambulante na praia do Leme Foto: Reprodução / Arquivo pessoal
MC Zuleide faz palestras falando sobre funk e a realidade das favelas Foto: Reprodução / Arquivo pessoal
MC Zuleide já trabalhou na feira da Pavuna Foto: Reprodução / Arquivo pessoal
MC Zuleide tem mais de 42 mil seguidores no Instagram Foto: Reprodução / Arquivo pessoal
MC Zuleide também é poetisa Foto: Reprodução / Arquivo pessoal
MC Zuleide usa seu alcance nas redes sociais para pedir a melhoria para o favelado Foto: Reprodução / Arquivo pessoal
MC Zuleide é filha de MC Foto: Reprodução / Arquivo pessoal
MC Zuleide Arquivo pessoal
MC Zuleide atualmente mora no Morro do Babilônia Foto: Divulgação / Cristiano Juruna
MC Zuleide usa o humor pra retratar o cotidiano do favelado Foto: Divulgação / Cristiano Juruna

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