Com glitter, adesivos ou sem nada. O que tem marcado o Carnaval de rua são os seios à mostra. Por trás da ousadia está um grito de protesto das mulheres que aderem à moda como uma forma de expor a liberdade e mostrar que o figurino não é um convite ao assédio. "Somos o que queremos ser. O peito de fora no Carnaval, na Sapucaí, sempre foi algo comum, mas nas ruas é algo que está tomando uma proporção maior e tem esse sentido mais evidente de crítica", destacou a foliã Fernanda Machado, 24, que ficou apenas com a parte debaixo do biquíni no bloco Boi Tolo.
Ontem, o terceiro dia de Carnaval reuniu milhares de foliões em diversos bairros do Rio. A festa começou cedo e desde as 8h milhares de cariocas e turistas já estavam nas ruas para curtir os mais de 60 blocos que desfilaram pela cidade. Cortejos tradicionais como o Afoxé Filhos de Gandhi, Bloco Virtual, Sargento Pimenta e Que Pena, Amor arrastaram uma multidão.
Com o tema 'Revolution is all we need' ('Revolução é tudo que precisamos', em tradução livre), o Sargento Pimenta levou milhares de foliões para o Aterro do Flamengo para cantar músicas dos Beatles em ritmos de Carnaval. Durante um momento do cortejo, as ritmistas fizeram uma homenagem ao funk e às mulheres, com hits das cantoras Ludmilla e Tati Quebra Barraco.
Pela primeira vez na banda do Sargento Pimenta, a engenheira Anna Paula Garcia, de 26 anos, contou que estava muito feliz e animada para tocar e fazer parte da festa. "É muita emoção tocar no Sargento Pimenta. É maravilhoso subir aqui no palco e ver essa imensidão de gente. É muito incrível e estou muito empolgada", afirmou a engenheira.