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O exército de um Neymar se tornou um fenômeno que não se sustenta mais

É mais fácil barrar um Douglas Cosa após cusparada em adversário do que excluir Neymar de uma lista carente de protagonistas na Seleção Brasileira

Recuperado de lesão no pé direito, Neymar voltou a jogar no dia 21
Recuperado de lesão no pé direito, Neymar voltou a jogar no dia 21 -

Desde que decidiu deixar o Barcelona e se tornar o grande astro do PSG, muito se discute sobre Neymar. Pouca coisa, especificamente, sobre seu futebol. Brigas com companheiros, lesões, simulações na Copa do Mundo, problemas com a receita, Carnaval em Salvador, Anitta e, agora, a agressão a um torcedor na final da Copa da França. Após o fracasso na Rússia, mesmo vendo sua imagem arranhada, recebeu a proteção costumeira do pai e a condescendência de outros.

Na demonstração mais risível em sua defesa, Edu Gaspar, coordenador da CBF, sentenciou: "Não é fácil ser Neymar, chega a dar pena. É um menino". Aos 27 anos, longe de ser um garoto, é difícil acreditar em mudança profunda de comportamento de um craque sedento pela vida de celebridade. Se a Copa América não fosse no Brasil, até poderia se cogitar o corte do Neymar por conta do soco desferido a quem o provocou apenas com palavras. Aqui, com pressão de patrocinadores e o cargo de Tite à prova, é impossível qualquer decisão nesta direção.

É mais fácil barrar um Douglas Cosa após cusparada em adversário do que excluir Neymar de uma lista carente de protagonistas. Entretanto, é bom que se frise: dentro de campo, o camisa 10 do PSG pode continuar sendo um diferencial, mas sua presença, sempre cercada de polêmicas (muitas delas vazias e provocadas por ele próprio), reforça ainda mais a rejeição do torcedor pela seleção. O exército de um Neymar só é hoje um fenômeno cansativo e que não se sustenta mais.