A Guarda Municipal do Rio (GM-Rio) encerra hoje a capacitação de 60 agentes habilitados para instruir os colegas no uso das mil pistolas elétricas incapacitantes entregues pela empresa Condor Tecnologias Não-Letais à corporação. O material usado para a imobilização por meio de choque elétrico deve voltar às ruas ainda este mês, mas gera preocupação.
A pistola Spark Z 2.0 tem dois módulos. Um, denominado incapacitante, dispara dardos, com fios de até oito metros, que se prendem ao corpo e permitem o choque. Outro, chamado repelente, transmite o choque por contato direto. A duração de cada choque, de 50 mil volts, é de cinco segundos.
Segundo o chefe do Departamento de Arritmias Cardíacas do Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Silas Galvão, o uso do equipamento em uma pessoa com problemas cardíacos pode causar a morte. "O uso dessa arma em um indivíduo normal representa um risco desprezível, do ponto de vista estatístico. Para um paciente com problemas cardíacos sérios, que já teve infarto, ou que tenha arritmia cardíaca, representa perigo, pode ser fatal", alerta o cardiologista.
A Condor recomenda que sejam apenas dois disparos por alvo, mirando tronco, costas ou pernas. Cabeça, pescoço, seios e genitália não devem ser alvos.