Projeto abre caminho para quem deseja fazer sucesso na moda

Rio - A primeira vez na passarela é um dos momentos mais especiais na vida de um profissional da moda. Para dar uma mãozinha a esse sonho, a oitava edição do Projeto Moda Rio vai lançar, neste sábado, cinco marcas criadas por estreantes nesse universo. O PMR LET'S GO tem o objetivo de mostrar diferentes perfis de profissionais, como um bombeiro aposentado de 50 anos que se descobriu estilista, uma ex-professora que se dedica à produção de acessórios e um estudante de engenharia de 24 anos, dono de uma marca de roupas.

"A ideia do projeto é trabalhar com novos profissionais, produtos, ideias e serviços, dando o suporte necessário para que possam se desenvolver e mostrar seus trabalhos. Queremos mostrar diversidades de intenções, histórias e idades. Cada profissional vai trazer um pouco disso para termos uma maior pluralidade cultural", explica Wallace Safra, idealizador do projeto.

Conheça as (novas) estrelas do PMG LET'S GO:

Izaquis de Paulo - Geração P

Nascido em Anchieta, na Zona Norte do Rio, Izaquis de Paulo começou na moda em 1996, com a criação de seu primeiro ateliê. Dividia os dias entre quartéis do Corpo de Bombeiros, principal fonte de renda, e o estúdio onde, a princípio, produzia uniformes de empresas e roupas de escola de samba.

Em 2013, quando se aposentou da corporação, Izaquis teve a oportunidade de se dedicar ainda mais à moda. Com influências do carnaval, o estilista de 53 anos pretende mostrar ao público como a estamparia pode combinar com cores fortes e chamativas sem deixar o look masculino ficar brega.

Gisele Barthar - Clichêe

Aos 16 anos, a carioca Gisele Barthar começou a produzir bijuterias para conseguir uma renda extra. Sempre teve um enorme prazer de ver as pessoas usando o que criava e, por isso, nunca desistiu. Por muitos anos, como professora, dividiu o tempo entre as salas de aula e a criação dos acessórios. Mas, ao ser agredida por um aluno, mudou seus planos. Hoje, com 39 anos, Gisele faz do prazer seu ganha-pão.

"Depois que comecei a trabalhar só com os acessórios, me inspirei ainda mais na beleza da mulher brasileira. Aprendi a não olhar só para fora, para as tendências da TV, da novela. Comecei a ver o cotidiano e o que estavam usando ao meu redor. Hoje, minha inspiração são as mulheres que estão por perto", conta a artista, que batiza suas criações em homenagem a pessoas inspiradoras.

Lucas Miranda - Doble

Nascido e criado em Nova Iguaçu, Lucas Miranda teve contato com a moda desde o berço. Filho de donos de fábricas de roupas, o jovem de 24 anos tentou, por muito tempo, fugir do legado artístico que herdou. Depois de alguns períodos estudando Engenharia Elétrica, na Uerj, trancou a faculdade para se dedicar exclusivamente à Doble, marca que criou:

"A moda exige uma imersão muito grande, a gente precisa estar por dentro das coisas e pesquisar bastante. E essa é a dica para quem está começando agora. Tem muita informação disponível na internet, só que precisamos ter foco e pesquisar bastante, com um olhar crítico, olhando para uma única temática".

Viviane Blanco 

Formada em design pelo Senai Cetiqt, Viviane Blanco entrou no mundo da moda por acaso. Ela não havia reparado — até o momento em que teve que escolher qual faculdade cursar — como as tendências influenciavam sua vida. A partir disso, a carioca de 30 anos começou a estudar as diversas áreas de atuação, desde a produção e os processos de criação de tecidos. 

Para o desfile, Viviane revela que o público pode esperar a retomada no feminino na moda praia. "Estamos trabalhando muito a parte da anatomia humana como um todo, tendo um cuidado maior com a modelagem. Também pensamos nas peças além da passarela e da praia. São roupas para serem usadas tanto na praia, quanto no pós-praia. Podem ser usadas até mesmo para trabalhar".

Felipe Luna - Luna

Resiliência é a palavra do jovem estilista de 22 anos. Felipe Luna lutou muito para se profissionalizar no ramo. Como as universidades de Moda no Rio são todas pagas, ele começou estudando em cursos técnicos gratuitos, como os da Faetec e da Ifrj. Neles, aprendeu sobre modelagem, tecido e costura: 

Em 2016, o jovem fundou a Luna, marca de moda masculina voltada para o dia a dia e a praia. Para o desfile de lançamento da empresa, Felipe criou dez peças para a passarela. "Em 2017, tentei por conta própria fazer meu primeiro evento para lançar minha coleção, mas não deu muito certo. Com o PRM, tive mais base para entrar no mercado da moda. Agora, estou tendo a oportunidade de ser visto através do projeto, que é o melhor modo de começar".

Serviço:

O evento no Teatro Riachuelo é apenas para convidados. Mas os desfiles serão transmitidos ao vivo no Instagram e no Facebook do Projeto Moda Rio (@projetomodario), a partir 14h. 

* Estagiária sob a supervisão de Marco Antonio Rocha