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Witzel devolve a Marcelo Crivella PMs que trabalham na prefeitura

A determinação que tornou sem efeito o retorno dos 27 policiais militares à corporação foi publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial do estado. Ontem, o governador disse que o prefeito se retratou e a decisão era reavaliada

Wilson Witzel e Marcelo Crivella
Wilson Witzel e Marcelo Crivella -

Depois de 24 horas da decisão de retirar de Marcelo Crivella os 27 policiais militares cedidos à Prefeitura do Rio, o governador Wilson Witzel voltou atrás. A determinação que tornou sem efeito o retorno dos PMs à corporação foi publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial do estado.

Ontem, durante um evento oficial, Witzel disse que o prefeito do Rio ligou para ele e explicou o contexto da declaração, além de ter visto o vídeo em que Crivella se retrata da fala, o que motivou a "reavaliação" da retirada dos policiais.

"Se você não acredita em uma instituição, ela não pode estar ao seu lado", falou Witzel, emendando críticas ao pronunciamento do gestor municipal na retratação, na qual falava que eram poucos os policiais corruptos. "Quando eu digo quem é corrupto dou nome, CPF e encaminho para o Ministério Público ou para a polícia investigar. Não faço acusação genérica. Não admito qualquer declaração vazia", disse.

Witzel ainda explicou o motivo de ter retirado cerca de 27 policiais da segurança do prefeito. "A questão é simples: a Polícia Militar tem que ter credibilidade como um todo. Se você não acredita em uma instituição, ela não pode estar ao seu lado. Ela faz serviço nas ruas para a população, está carente de policiais. Nós entendemos que era o caso de retornarem para fazer o trabalho de rua. Agora estou conversando com ele a possibilidade de reverter essa decisão, diante da retratação do prefeito Crivella", falou.

'Sobem morro para pegar o arrego', disse Crivella

O discurso de Crivella contra a PM foi diante de uma plateia de cerca de 80 pessoas, a maioria servidores, na Divisão de Hortos da Fundação Parques e Jardins, na Taquara. De acordo com o jornal "O Globo", os assessores proibiram gravações durante a fala do prefeito. 

"Por que esses meninos (do tráfico) são tão valentes? É porque, quando o político rouba e fica rico, o comandante do batalhão também quer ficar rico. O coronel quer ficar rico. O tenente, o sargento querem ficar ricos. Aí, eles sobem o morro para pegar o arrego. O arrego é o troco da cocaína", disse Crivella à plateia. O discurso também teve críticas aos gastos do Carnaval e ao VLT Rio.

A Secretaria estadual da Polícia Militar repudiou as declarações. "Lamentável e inacreditável que o Prefeito do Município do Rio de Janeiro – uma cidade com problemas tão sérios a resolver - seja capaz de proferir declarações tão absurdas durante uma reunião pública", disse o coronel Rogério Figueredo, em nota.

Também em nota, a Prefeitura do Rio criticou a reportagem que trouxe as declarações e disse que Crivella não generalizou, mas falou que a "corrupção que devastou nosso Estado não se restringiu à Polícia, mas alcançou vários setores e Instituições", trazendo em seguida a fala dita pelo gestor municipal.