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PMs na guerra invisível

Agentes continuam atuando na proteção e conscientização das pessoas

Nem todas as categorias têm o privilégio de exercer o trabalho em home office em épocas de pandemia. Na linha de frente, os policiais militares continuam o patrulhamento ostensivo para garantir a segurança da população, com o importante papel de conscientizar as pessoas que insistem em descumprir o isolamento social. Na batalha contra a Covid-19, colocar a vida em risco em prol da saúde do outro é agir, diariamente, com heroísmo.

Há nove anos na corporação, cabo Cardoso, de 40 anos, lotado no 2º BPM (Botafogo), ressalta que trabalhar no 'front' de uma pandemia é mais um dos percalços enfrentados pelos agentes. "Quando optamos por entrar nessa carreira, já temos que esperar por isso tudo, porque estaremos sempre encarando o problema de frente. Eu fico receoso de levar algum perigo para os familiares: moro próximo dos meus pais, que já são idosos", explica ele, que quando vai falar com os pais, se mantém na calçada em frente à casa deles, para preservá-los.

Após 24 horas de plantão e antes de matar a saudade da esposa e do filho, de 8 anos, Cardoso adota à risca as medidas de assepsia. "Levo a farda dentro de uma sacola plástica, chego em casa e ela já vai para a máquina de lavar. Sigo direto para o banho e, só depois, tenho contato com minha família."

Como todas as profissões que estão na linha de frente, há o risco de contaminação. Na quinta-feira, dois policiais morreram com sintomas de coronavírus. Eles estavam internados no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio. Na segunda-feira, a PM confirmou a primeira morte em decorrência da enfermidade. Para o  soldado Caio (2º BPM), de 32 anos, o sentimento é de tristeza. "Recebemos com dor a morte dos colegas, principalmente aqueles que conviveram com eles."