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Mural na Zona Norte do Rio faz homenagem ao menino Henry Borel

Criança morreu no dia 8 de março. Padrasto e a mãe do menino são suspeitos do crime

Mural retrata menino Henry Botel, Dr. Jairinho e Monique Medeiros
Mural retrata menino Henry Botel, Dr. Jairinho e Monique Medeiros -
Rio - Um mural na Estrada do Barro Vermelho, em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, faz uma homenagem ao menino Henry Borel, de apenas 4 anos, que morreu no dia 8 de março. A obra tem entre cinco e seis metros de comprimento. Nesta quinta-feira (8), o vereador Dr. Jairinho, e sua namorada, Monique Medeiros, que é mãe da criança, foram presos suspeitos de envolvimento na morte dele.
Para a Polícia Civil, o menino foi assassinado após sofrer sessões de tortura. A investigação identificou que o vereador agredia o menino com chutes e golpes na cabeça, com conhecimento de Monique, que era conivente. O parlamentar e a mãe de Henry são suspeitos ainda de atrapalhar as investigações, ameaçar e combinar versões com algumas testemunhas.
A homenagem foi idealizada por Murilo Lemos de Souza, que há 20 anos trabalha com pintura e há dois entrou no mundo do grafite. Ele é gari da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e faz pinturas em grafite em áreas degradadas da cidade. Murilo conta que por também ser pai, sentiu vontade de homenagear a criança e seu pai.

“É até difícil de falar, eu que sou pai, que tenho um filho até um pouco parecido com o Henry, toda vez que via uma reportagem queria desligar a televisão, quebrar. Eu não queria imaginar se fosse com meu filho. Me impactou muito, tomei essa iniciativa ontem, conversei com o coletivo de grafiteiros e eles toparam”, explica ele.

Para fazer o mural, Murilo contou com a ajuda de três amigos, os artistas conhecidos como Ébano, Bomber 400ml e Thiago Harynck. A obra começou a ser feita às 7h deste sábado (10). O pintor relatou que enquanto trabalhavam na homenagem, motoristas e pessoas que passavam pelo local pararam para tirar fotos e oferecer ajuda para o grupo.

“Nós paramos uma via expressa, ônibus, carro, todo mundo passou aqui para tirar foto, filmar e ajudar a gente, porque estamos desde 7h da manhã sem comer nada. Ajudaram bastante. É muito gratificante”, disse Murilo.

A pintura retrata o Henry Borel sorridente e com asas de anjo. Atrás dele, Dr. Jairinho e Monique Medeiros estão representados como demônios. “Pessoas como Jairinho e Monique, que têm uma atitude de fazer isso com uma criança de apenas 4 anos de idade, não podem ser considerados anjos e sim pessoas que não tem luz e paz de espírito” afirma o pintor.

Nesta sexta-feira (9), o escritório de advocacia que defende Dr. Jairinho e Monique Medeiros entrou com um pedido de habeas corpus para libertar o casal. O advogado André França endereçou o pedido de soltura ao presidente do Tribunal de Justiça do Rio, o desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira.

O caso será sorteado para definir qual magistrado avaliará o pedido. No documento, o escritório França Barreto defende que os clientes "se encontram submetidos a manifesto constrangimento ilegal" e afirma que não havia necessidade de prendê-los.

"Fico feliz por ter feito essa pequena homenagem ao pequeno anjo Henry. A mensagem que eu deixo é que a dor do pai dele é a minha dor! Para o Dr. Jairinho e Monique, que eles não se preocupem com o julgamento do homem, e sim com o julgamento de Deus", declarou Murilo.

Mural retrata menino Henry Botel, Dr. Jairinho e Monique Medeiros Divulgação
Mural retrata menino Henry Botel, Dr. Jairinho e Monique Medeiros Divulgação
Artista quis homenagear a criança por também ser pai de um menino de 4 anos Divulgação
Murilo disse que se solidariza com a dor de Leniel Borel, pai da criança Divulgação
Pintor retratou vereador Dr. Jairinho e Monique Medeiros, mãe dele, como demônios Divulgação
Henry foi retratado como um anjo sorridente Divulgação
Mural tem entre cinco e seis metros e precisou da ajuda de outros três artistas para ficar pronto Divulgação
A homenagem foi idealizada por Murilo Lemos de Souza Arquivo Pessoal
Murilo é gari e faz pinturas em grafite em áreas degradadas da cidade Arquivo Pessoal
Murilo trabalha há 20 anos com pintura e há dois entrou no mundo do grafite Arquivo Pessoal