Tiros a caminho da escola

Duas crianças, que estavam a caminho da escola, e um ambulante foram vítimas de bala perdida, ontem de manhã, durante confronto entre policiais militares e criminosos, na comunidade Parque Beira-Mar, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Na ação, três suspeitos acabaram mortos.

Cristiano Ronaldo Ferreira de Souza, de 6 anos, foi atingido na mão direita e teve um dos dedos arrancados. Letícia Tamires Gazolla Ferreira, de 9, levou um tiro no braço, que saiu pelo tórax. As crianças são primas e moradoras da comunidade Parque das Missões. Já o vendedor ambulante de café Maurício de Oliveira Silva, de 23 anos, foi baleado no abdômen. Todos foram socorridos e levados para o Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo.

De acordo com a Prefeitura de Caxias, as crianças passaram pelo centro cirúrgico, foram estabilizadas e transferidas para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, onde passaram por cirurgia. Já Maurício foi operado no próprio hospital municipal, onde permanecia internado em condição estável até o final do fechamento desta edição.

No hospital de Saracuruna, Tamires passou por duas cirurgias e continuava em estado grave, até o fechamento desta edição, enquanto Cristiano permanecia em condição estável e estava sendo avaliado para a possibilidade de implante do dedo arrancado.

Segundo a Polícia Militar, policiais do 15º BPM (Duque de Caxias) foram avisados de um roubo ao centro de distribuição de uma rede de supermercados, na Rodovia Washington Luís (BR-040), vizinho à comunidade. Ao chegarem ao local, os PMs conseguiram recuperar a carga roubada e prender dois bandidos, mas, quando saíam da comunidade, os PMs foram atacados por criminosos e houve intenso confronto, no qual as vítimas acabaram atingidas.

A PM não esclareceu, porém, se entre os três suspeitos mortos estão os dois que haviam sido presos antes. Ainda de acordo com a PM, três pistolas e dois radiotransmissores foram apreendidos.

As crianças atingidas haviam saído do Parque das Missões e estavam a caminho da Escola Municipal Aline Gonçalves. De acordo com familiares, elas andam todo dia 20 minutos até a unidade de educação, já que não há vagas nos colégios próximos das casas delas.