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Milicianos executam a pauladas o suspeito de matar jovem e bebê no Rio

Os responsáveis pela morte jogaram o corpo do homem no Canal do Anil

Marileide e o filho, de apenas quatro meses foram mortos na última segunda-feira
Marileide e o filho, de apenas quatro meses foram mortos na última segunda-feira -

A Polícia Civil informou que o ajudante de pedreiro Luís Fernando Guimarães Barbosa, de 21 anos, acusado de assassinar a dona de casa Marileide da Silva Nascimento, de 24 anos, e seu filho Bryan Lucas Júnior, de 4 meses, na última sexta-feira, foi morto a pauladas na Gardênia Azul, na manhã desta segunda-feira (10).

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De acordo com moradores, a milícia que atua na comunidade teria sido a responsável por autorizar a execução do suspeito. Os autores jogaram o corpo do homem no Canal do Anil.

"Ele invadiu a casa de um casal que estava em São Paulo. Hoje pela manhã, eles pegaram ele tomando banho. O Luís tentou correr mas foi pego por eles (os milicianos)", disse uma moradora, que preferiu não se identificar. Segundo a testemunha, o ajudante de pedreiro teria sido espancado na frente de várias pessoas até morrer. Após o crime, o corpo foi deixado no canal e os executores fugiram.

Segundo o delegado Jefferson Ferreira Nascimento, da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), "(Luís) foi morto por espancamento por populares não identificados". Nascimento disse que o ajudante de pedreiro teve o corpo reconhecido por parentes.

Natural de Buriti Bravo, no Maranhão, o homem estava no Rio há quatro anos. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) do Centro.

Corpos de mãe e filho serão levados para o Maranhão

Os corpos da dona de casa Marileide da Silva Nascimento, de 24 anos, e de seu filho Bryan Lucas Júnior, de 4 meses, serão transladados nesta terça-feira, de avião, para a cidade de Buriti Bravo, na Região Nordeste do Maranhão. Ambos foram assassinados na manhã da última sexta-feira, com mais de 30 facadas, na Comunidade Gardênia Azul, na zona oeste do Rio.

O principal suspeito foi identificado como o ajudante de pedreiro morto nesta segunda-feira, que queria assassinar a ex-companheira, a atendente de lanchonete Lucilene Pereira da Silva, de 22. Ela era prima das vítimas, e os três - Marileide, Bryan e Luciene - moravam juntos. O crime aconteceu na Rua Arão Stamburg, ‪as 5h50‬.

No final de semana, parentes de Marileide vieram do Nordeste para resolver a burocracia. O voo para o Maranhão deverá sair no começo da tarde.

Crise de ciúmes

Uma crise de ciúmes pode ter motivado o assassinato de mãe e filho. É o que garante a Polícia Civil. Luís, segundo os investigadores, só matou mãe e filho porque a ex não estava em casa. A antiga companheira do ajudante de pedreiro estava na casa de uma amiga.

Luciene e Luís ficaram juntos por oito meses. No entanto, por conta das constantes agressões, a mulher decidiu dar um ponto final no relacionamento. Só que há três meses — data do fim do namoro — o homem vinha ameaçando a atendente de lanchonete.

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"No Natal do ano passado, durante a festa da família, ele me bateu na frente da minha avó. Por isso, decidi terminar. A partir daí, minha vida virou um inferno. Ele passou a me perseguir, me bater na rua quando eu voltava do trabalho e dizer que iria me matar a facadas", lembrou a Luciene.

Segundo a mulher, ela alugou uma casa com a prima, morta na sexta, para tentar se livrar das agressões do homem. No entanto, Luís entrava na residência sem autorização e as agrediam: "ele chegou a entrar lá em casa e bateu em mim e na minha prima. Por isso, ela brigou feio com ela. Na última semana, ele me ameaçou. Com medo, passei a dormir na casa das minhas amigas".