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Modelo trans é agredida dentro de casa na Zona Sul e tem o maxilar e nariz quebrados

Jovem de 25 anos ficou com vários hematomas pelo corpo e ainda teve o apartamento destruído

Alice Felis é do Espírito Santo e mora no Rio há cinco anos
Alice Felis é do Espírito Santo e mora no Rio há cinco anos -
A modelo Alice Felis, de 25 anos, foi brutalmente agredida dentro de seu próprio apartamento, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. A agressão aconteceu na madrugada de domingo, quando Alice, que é transsexual, estava em casa com um homem de aparentemente 20 anos que conheceu em um bar próximo de sua residência. Ela teve o maxilar, o nariz e vários dentes quebrados, além de ter ficado com muitos hematomas.
A advogada da modelo, Fêh Oliveira, conta que Alice, que é Vitória, no Espírito Santo, e está no Rio há cerca de cinco anos, conheceu o rapaz quando esteve em um bar na Rua Miguel Lemos para comprar uma cerveja.
"Ela viu o rapaz lá, trocou olhares com ele e pediu para o garçom lhe entregar o número de seu telefone. Quando estava indo embora, o rapaz foi até ela, perguntando aonde ela morava, e se ofereceu para ir lá ficar com ela", conta a advogada.

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Modelo está com vários hematomas pelo corpo Reprodução / Instagram
Modelo está com vários hematomas pelo corpo Reprodução / Instagram
Apartamento da modelo ficou coberto de sangue Reprodução / Instagram
Apartamento da modelo ficou coberto de sangue Reprodução / Instagram
Apartamento da modelo ficou coberto de sangue Reprodução / Instagram
Alice teve vários dentes quebrados Reprodução / Instagram
Alice teve vários dentes quebrados Reprodução / Instagram
Alice Felis é do Espírito Santo e mora no Rio há cinco anos Reprodução / Instagram
No apartamento, os dois beberam a cerveja que Alice havia comprado, inclusive voltando ao bar para comprar outras por algumas vezes. Segundo a advogada, o rapaz pediu para usar cocaína e a modelo, apesar de não ser usuária de drogas, deixou.
"Depois, eles foram tentar ter uma relação sexual e o rapaz não conseguiu ter ereção. Foi quando ele começou a ficar nervoso. Ela chegou a comprar um estimulante sexual, mas não fez efeito. Foi quando ela sugeriu que eles tomassem um banho juntos para que ele relaxasse", narra Fêh.
Depois do banho, Alice pediu para ele fazer uma massagem nela. A advogada conta que as agressões começaram neste momento.
"Quando ela deitou na cama, ele se aproveitou que ela estava de costas para começar a agredi-la. Primeiro, ele agarrou o pescoço dela, como se fosse estrangulá-la. Ela reagiu e ele começou a esmurrá-la, a jogá-la no chão, esfregar sua cara na parede, nos lugares, e quebrando um vidro do apartamento no corpo dela", detalha.
AMEAÇADA DE MORTE
O agressor chegou a pegar uma faca na cozinha e ameaçou matar Alice, pedindo para ela deixar o bairro. A modelo implorou por sua vida, até que ficou desacordada.
Foi quando o homem revirou o apartamento e pegou cerca de R$ 3,6 mil que ela tinha guardado. Ele ainda retirou o chip do celular de Alice e quebrou.
Quando acordou, cerca de duas horas depois, Alice correu para pedir socorro aos vizinhos. Um deles a atendeu e chamou a polícia. Eles imaginavam que o agressor ainda poderia estar no apartamento ou pelo edifício.
Alice procurou atendimento médico no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Lá, ela ficou sabendo que teve o maxilar e o nariz quebrados.
A modelo publicou um desabafo nas redes sociais lamentando o episódio; assista!

AGRESSOR IDENTIFICADO
A modelo só conseguiu fazer um boletim de ocorrência nesta terça-feira, quando foi à 13ª DP (Copacabana). Lá, ela ficou sabendo que o homem tem diversas passagens pela polícia, principalmente por se envolver em confusão com o público LGBTQIA+. 
"Quando estávamos no IML para fazer exame de corpo de delito, a delegada nos chamou de volta para fazer o reconhecimento de um suspeito. Lá, a Alice o reconheceu por fotos", afirma Fêh.
MULTADA PELO CONDOMÍNIO
A advogada conta que Alice ainda chegou a ser multada pelo condomínio, porque disseram que ela foi responsável pela confusão.
"Eles pressionaram a Alice, dizendo que ela tinha que entregar o apartamento. Chegaram a mandar ela limpar o local, mesmo antes da perícia da polícia. Claro que ela não fez e vamos recorrer dessa decisão absurda", avisa a delegada.
A boa notícia diante de tanta violência é que diversos famosos, como Pabllo Vitar e Preta Gil, se solidarizaram com o que aconteceu com a modelo. Eles pediram punição ao agressor e colaboração para a vaquinha que a modelo organizou para retomar a vida. Até a publicação da reportagem, a campanha já havia arrecadado mais de R$ 145 mil. A meta era R$ 90 mil.
O caso também fez com que a modelo ganhasse milhares de seguidores nas redes sociais. De cerca de mil no Instagram, ela já acumula mais de 370 mil.