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'A iniciativa oferece diferentes visões'

Criador do Cine Rua Paciência Cultural, Paulo Gomes leva empoderamento através da arte

 Paulo Gomes pintando alunos do Cine Rua Paciência Cultural.
Paulo Gomes pintando alunos do Cine Rua Paciência Cultural. -

A ideia do Cine Rua Paciência Cultural surgiu depois de um dia de gravação como figurante, quando as crianças do bairro puderam me assistir em um episódio de uma novela da Globo. No mesmo período, ao ser convidado pela Cia da Hora para filmar um longa, sugeri que uma das minhas cenas fosse gravada na praça aqui da comunidade do Gouveia, a famosa Praça do Big, de Paciência. Em minutos de filmagem, a praça estava lotada de crianças e jovens do bairro.

A partir daí, todas as vezes que chegava em casa, pediam para eu fazer teatro com elas e, com isso, nasce a proposta de criar uma primeira experiência de ação audiovisual no bairro. Reuni profissionais e os convidei para montar o projeto. Realizamos nossa primeira edição em 2012, ocasião que transmitimos diversos filmes infantis de protagonismo negro e realizados por cineastas de favela.

Os assuntos levantados pelos filmes ficavam cada vez mais aflorados. O interesse desses jovens me chamou atenção, não só em passar os filmes e, sim, em ensiná-los a entender o processo de montagem e criar seus próprios materiais. As inscrições sempre superaram as expectativas e boa parte deles já conseguiam ser encaminhados ao mercado de trabalho.

Na última edição, tivemos mais de 150 inscritos. Por conta da pandemia, em versão on-line, o projeto possui 50 alunos. Além da formação, entregaremos um trabalho final, que será transformado no nosso terceiro curta: A Cultura da Z.O., onde os alunos farão filmagens caseiras, passando a visão sobre a localidade que moram. Acreditamos que a iniciativa amplia o repertório, oferece diferentes visões e inúmeras possibilidades.

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