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'Não tenho mais vontade de expor tanto minha vida', afirma Kéfera Buchmann

Destaque em 'É Foda', atriz fala sobre a peça, relembra relação tóxica e reflete sobre a chegada dos 30 anos

Kéfera estrela a peça 'É Foda'
Kéfera estrela a peça 'É Foda' -
Rio - Atriz! É desta maneira que Kéfera Buchmann, de 29 anos, deseja ser reconhecida. Estrela de sua própria peça 'É Foda', que terá uma apresentação única no Teatro Casagrande, no Leblon, dia 6, a artista fala sobre seu amor pelo ofício e garante que faria de tudo por um bom personagem. Ao Meia Hora, a também influenciadora digital relembra um relacionamento tóxico que viveu, abre o jogo sobre sua bissexualidade e revela o que espera da chegada de seus 30 anos. Confira! 

No dia 6, você estrela sua própria peça “É foda!”, no Teatro Casagrande, no Leblon, em uma apresentação única. Como é o espetáculo e o que ele representa pra você?

A peça é um lugar que me coloco muito vulnerável. As pessoas têm uma imagem minha de uma pessoa com personalidade forte, que aguenta porrada. Não sou sempre assim. Tenho meus dias bons e ruins. Nela, mostro todos esses bastidores que as pessoas não conhecem. Acham que é só glamour. Mas tem muito desgaste, exposição da vida pessoal, falta de privacidade. O público vai conhecer a Kéfera que tem um coração que sente, dói, chora. Conto coisas que tinha medo, me coloco num lugar de exposição. Agora, sabendo impacto, dou a cara a tapa.

Sua fama de youtuber aconteceu sem querer. Mas antes disso você já era atriz. As pessoas já se referem a você neste ofício da atuação ou ainda te consideram um 'fenômeno da internet?
Acho que estou no caminho das pessoas me enxergarem como atriz. Antes da internet, já fazia teatro. Comecei com 15 anos. Aos 17, fazia meus vídeos pra internet, com personagens de peças. Minha esperança era que algum diretor visse algum e me chamasse para trabalhar. Foram dez anos como youtuber. Em 2010 a gente não sabia que isso seria uma profissão, que a internet seria uma plataforma para as pessoas divulgarem seus trabalhos. Fiz meu primeiro filme, 'A Fada', por causa da internet. Mas gosto mesmo de ser atriz, tenho estudado muito sobre isso. Faria tudo por um personagem: rasparia cabelo, pintaria sobrancelha, ficaria bombada, emagreceria.
Você faz parte do elenco de "Gashlight", o último espetáculo dirigido por Jô Soares. É verdade que você pediu para fazer o teste dessa produção?
É verdade. Estava com minha peça em um teatro de São Paulo onde o Jô faria uma temporada. O produtor estava falando com ele por telefone. Eu cheguei no produtor e disse que gostaria de mandar meu material para a peça, fazer teste. No dia seguinte, rolou o convite. O Jô disse que se eu queria trabalhar com ele, ele queria trabalhar comigo. Um fofo. No espetáculo, eu interpreto a Nancy. Ela é meio uma criada vilanesca.

Já viveu um relacionamento tóxico?
Já tive. Ainda bem que consegui sair. É horrível viver esse tipo de tortura mental. Acho importante falar desses temas, porque a gente precisa expor pras pessoas conseguirem sair. Foi até uma surpresa pra mim. Eu, envolvida em causa feminista, estando em um relacionamento tóxico. Quando você está dentro da situação, você não percebe. Tinha medo até de desabafar com minhas amigas. Depois disso nunca mais me envolvi em nada parecido de novo.

Você atuou em "Espelho da Vida" (2018), da TV Globo. Tem vontade de voltar às novelas?
Gostei muito de fazer novela. Inclusive, estou aberta à convites

Tem algum personagem que você gostaria de interpretar?
Ia amar fazer uma psicopata, uma vilã. Pode ser também uma dentista, advogada, médica, qualquer coisa que seja diferente da minha realidade. Que eu tenha que criar outra personalidade. Nada envolvendo esse mundo de fama, internet".

Você se assumiu bissexual através das redes sociais ano passado. Como foi para você entender que tinha interesse por ambos os sexos?
Foi tudo um processo de autoaceitação. Era uma questão pra mim isso de 'que eu precisava ou deveria estar com um homem'. É o que a sociedade espera. Mas desde o momento que contei que era bi, minha família aceitou bem também, o pessoal da internet recebeu bem a informação. Lembro que teve comentários do tipo: 'Kéfera bissexual choca um total de zero pessoas'. E não era pra chocar mesmo".

Diferente de anos anteriores, você tem mantido mais sua vida longes dos holofotes.
Não tenho mais vontade de expor tanto minha vida. Já fiz muito isso. Tem dias que eu posto mais, outros menos. Tudo dentro de um lugar confortável pra mim. Não expus mais os relacionamentos que tive depois de 2018, por exemplo.

Me conta um pouco sobre o livro que você está escrevendo com a temática LGBTQIAP+?
Ele tem um protagonista bissexual. Quero que o livro traga o assunto da bissexualidade de forma prazerosa e não que ele seja um gatilho. Porque muita coisa que a gente vê dentro dessa temática cita as dificuldades de se assumir, o preconceito. Meu desejo é que esse livro seja como uma comédia romântica, com histórias baseadas em crise de relacionamento ou coisas que acontecem com qualquer casal. Não quero que as histórias sejam problematizadas. Quero apenas trazer informações a mais sobre o assunto.

Você completa 30 anos em janeiro. O que espera dessa nova fase?
Chegada dos 30 anos Meu Deus, nem me lembra. Faltam quatro meses só (risos).Estou ansiosa pra ver como é. Tem uma galera que fala que depois dos 30 tudo melhora e os outros dizem que não. Assim fico confusa (risos). Acho que 30 anos vai ser uma idade de aterramento, que me comprometo comigo mesma. Dos 20 aos 30 a gente se preocupa mais com o que as pessoas vão pensar, de ter que ir aos lugares que os outros querem. Aos 30 anos, acho que a gente se coloca em primeiro lugar, respeita nossas vontades", reflete.
Kéfera estrela a peça 'É Foda' Viller/ Divulgação
Kéfera estrela a peça 'É Foda' Viller/ Divulgação
Prestes a completar 30 anos, a atriz e influenciadora Kéfera Buchmann estrela a peça 'É Foda' Fotos: Viller/Divulgação
Kéfera estrela a peça 'É Foda' Viller/ Divulgação
Kéfera estrela a peça 'É Foda' Viller/ Divulgação
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Kéfera estrela a peça 'É Foda' Viller/ Divulgação