Ele é filho de músico e desde criança tem Jamelão como ídolo. Foi descoberto em um bloco de Nova Iguaçu para ser o interprete oficial da GRES Beija Flor de Nilópolis, onde sua voz ecoa pela Marques de Sapucaí há 45 anos. Está com sua companheira Elaine Reis desde 2006, mas o casamento aconteceu em 2009 na avenida do samba. Pai de 4 filhos, e avô de Gabriel Marcondes, morto no ano passado, Neguinho fala de vida e carreira com exclusividade para nossa coluna.
Acho que devemos começar esse bate papo perguntando qual a fórmula para chegar aos 72 anos com carinha de 50?
Com 72 anos, com carinha de 50 (risos). Eu sou uma pessoa muito equilibrado, talvez isso possibilita a minha aparência de menos idade. Eu não bebo, não fumo e não uso drogas. Durmo cedo e só perco noite de sono quando preciso trabalhar...talvez seja isso.
Você se considera metrossexual? O que faz para manter a jovialidade?
Você se considera metrossexual? O que faz para manter a jovialidade?
Eu não me considero metrossexual, o que eu faço é o que acho certo pra minha saúde. Dormir cedo, uma alimentação na medida do possível balanceada. É isso...me cuido.
Mas vamos conhecer um pouco do Luiz Antônio Feliciano Neguinho da Beija Flor Marcondes. Primeiro você acrescentou o nome artístico em sua identidade? Quando isso aconteceu? Por que tomou essa decisão?
Ninguém conhece o Luiz Antônio, o Neguinho da Beija Flor eu tenho a felicidade de ter me tornado conhecido através do que eu faço, que é compor e cantar e através do samba me fez se tornar uma pessoa conhecida, não famosa. Então eu não acho justo o Neguinho da Beija Flor faturar para o Luiz Antônio pagar as contas (risos). Eu levei mais de 2 anos para conseguir incluir o Neguinho da Beija Flor em minha certidão de nascimento. Eu acho justo ter, pois a Xuxa tem, o Lula e outros. E bom para que todos saibam que o Neguinho e Luiz Antônio são a mesma pessoa.
Fala um pouco de como era a vida do Antônio antes de se tornar conhecido como intérprete da Beija flor
Era uma vidazinha meio amargosa. Foi com o trabalho do 'Neguinho da Beija Flor' que começou a mudar a do Luiz Antônio. Poucas pessoas me chamam de Luiz Antônio, só o Ivo Meireles quando está de gozação, e a minha ex sogra(risos)
Depois de anos, você ainda consegue ser o Antônio, ou ele e o Neguinho são a mesma pessoa? Em casa também?
Como disse, somos a mesma pessoa. As vezes me perguntam como me sinto ao me ver na televisão, em um programa gravado, estar se ouvindo em uma rádio uma música com você cantando, como você se sente. A impressão que tenho é de ser uma outra pessoa, estranho isso (risos). Eu pensei que fosse mais bonito, mas acho que não estou com essa bola toda não. (risos)
Falando nisso, como chegou até a azul e branco de Nilópolis?
Eu era Bloco Leão de Iguaçu, hoje escola de samba, fui a Beija Flor convidado pelo Anísio, através do Cabana, Zamba e da ivone da ala 8/80, os três já estão com o 'Papai do Céu', e me convidaram depois de ser recusado por quase todas as escolas grandes da época, e fui para a Beija Flor em 1 junho de 1975.
Você se considera Cantor ou intérprete ?
Bom, eu não vejo diferença, sinto com o 'puxador' que pra quem não sabe, foi inventado nos anos 60 quando fundou as escolas de samba, por um senhor chamado Amaury Jorio para que o cantor da avenida não fosse remunerado, como é o meu caso até hoje, então ele inventou essa coisa de puxador para não ter direitos, porque se fosse cantor ou interprete teria direitos conexos, eu não ligava, mas em homenagem ao grande mestre Jamelão, que tinha pavor de ser chamado 'puxador', hoje faço questão de ser reconhecido como cantor ou interprete.
Você passou por um câncer e venceu. Como foi esse processo para você e sua família?
O difícil foi receber a notícia que estava com câncer, mas eu fiquei muito tranquilo, tive apoio de amigos que oraram por minha recuperação, um apoio extraordinário da minha família, e com fé, seguindo todas as determinações dos médicos, graças a Deus estou aqui, dando continuidade ao que mais gosto que é compor e cantar.
E recentemente foi internado devido as complicações da COVID-19. O que passou por sua cabeça naquele momento? Tomou a vacina?
Eu tive o mesmo comportamento de quando tive o câncer, em momento nenhum passou por minha cabeça que a Covid-19 fosse complicar. Eu sou vacinado 3 vezes, com a cura da Covid-19 e com mais as duas doses da vacina (risos) . Tô beleza...mas uma vez com o apoio da família, estou aí... graças a Deus superei mais essa!
Em meio a uma pandemia você ainda passa por um momento difícil com a perda de seu neto em um tiroteio no Morro da Bacia, em Nova Iguaçu. Achou que foi imprudência da polícia?
Em meio a pandemia, passar momentos dificílimo como passei, de perder amigos de anos, meu Deus do Céu, meu neto em um tiroteio, segundo a polícia, ele estava na hora errada, no lugar errado. É aquele negócio, você tem que aceitar o mesmo discurso do 'fomos recebidos a tiros' e nisso uma troca de tiros um pegou nele...fazer o quê...vamos vivendo. No momento apurei, mas é mais um pra estatística.
Com isso você declarou o desejo de sair do Brasil e ir morar em Portugal. Ainda pensa?
Essas turnês que faço pelo mundo, a gente vê como é fora do Brasil. Minha esposa que é neta de português, está agilizando as documentações para pegar a nacionalidade portuguesa e aí eu vou nessa. 72 anos de Brasil, aí a gente vê que lá fora a coisa é bem diferente em questão a violência, é lógico que a discriminação racial existe, mas criar filho negro no Brasil é dificílimo. Por exemplo, meu filho há 31 anos levou um tiro e a mesma história, troca de tiros, quando ele estava indo para a faculdade, agora perco meu neto. "Criar filho negro no Brasil é difícil", minha esposa é cabreira , ela quer ir pra Portugal e eu vou junto, família, eu fico lá e aqui.
Pensa em se aposentar da avenida ou da música?
Um dia você tem que parar, como Jamelão parou e como grandes interpretes pararam. Quando você não pára por vontade própria a morte te leva, a morte te faz parar. Eu pretendo continuar até quando der, me aposentar, não! Nem da avenida e da música. Moreira da Silva parou com 100, Jamelão com 95, eu vou até onde der.
E como tem sido esse período de pandemia. O que tem feito pensando quando isso tudo acabar?
Esse período da pandemia está sendo difícil pra todo mundo, pra mim e para meus artistas também. A minha sorte é que minha esposa é formada em contabilidade, faz algumas coisinhas em casa, e nesse período tem ajudado muito na contas, nos compromissos financeiros, minha sorte. De vez em quando uma live aqui, um comercialzinho ali, tá dando pra segurar a onda.
Pra encerrar, nos conta como é completar 72 anos em meio a um caos, mas se mantendo firme e confiante. O que vê lá na frente?
72 anos em meio a caos, violência, dificuldades de shows, mas eu continuo confiante na esperança que a pandemia já está acabando e na esperança que tudo vai dar certo e a gente poder voltar aos palcos da vida. Belezaaaaa (risos)
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