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Igreja oferece 'abraços de mães grátis’ para gays rejeitados pela família

A ideia surgiu originalmente com Sara Cunningham, uma escritora de Oklahoma, nos Estados Unidos

Richard Rodrigues
Richard Rodrigues -
Uma igreja norte-americana resolveu quebrar o tabu da homossexualidade e distribuir abraços para gays que foram rejeitados por suas famílias. A congregação ‘Austin New Church’ e a escritora cristã, Jen Hatmaker, oferecem ‘abraços de mães grátis’ na Semana do Orgulho Gay da cidade de Austin, no Texas.

A ideia surgiu originalmente com Sara Cunningham, uma escritora de Oklahoma. Ela, uma mulher religiosa, que vivia em uma cidade totalmente conservadora se viu de mãos atadas quando seu filho se assumiu homossexual e não queria que ele se sentia excluído. Por isso, lutou, com unhas e dentes para que ele fosse aceito e respeito pela sociedade onde vivia.

Mas tudo isso não aconteceu da noite para o dia. Levou tempo, muito tempo. Precisou de reeducação e vários grupos no Facebook para que Cunningham e seu marido começassem a participar dos eventos do Orgulho Gay.

Através da sua própria transformação, começou a perceber que muitas crianças sofriam com a rejeição de suas famílias e isso lhe doía. Por isso, em 2015, fez uma postagem em seu Facebook dizendo que seria voluntária para ‘cuidar’ de pessoas LGBTQ que tivesse sido rejeitadas por seus pais. O post gerou comoção e se tornou viral.

Ela passou a dar conselhos e ajudar esses jovens esquecidos por suas famílias. Mas parecia que algo estava faltando. Foi então que nasceu a ‘Free Mom Hugs’ (em tradução livre: ‘Abraços de Mãe Grátis’). Ela, várias outras mães de gays, começaram a participar de grandes eventos LGBTQ e distribuíam abraços, suporte, carinho e recursos para aqueles que tinham sido deixados de lado.

O grupo de mães também realizam palestras com especialistas de várias áreas a fim de ajudar os jovens nesse recomeço.
 
 
 
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My beloved little church went downtown to the #AustinPrideParade and gave out Free Mom Hugs, Free Dad Hugs, Free Grana Hugs, and Free Pastor Hugs like it was our paying jobs. And when I say hugs, I mean THE KIND A MAMA GIVES HER BELOVED KID. . Our arms were never empty. We “happy hugged” a ton of folks, but dozens of times, I’d spot someone in the parade look our way, squint at our shirts and posters, and RACE into our arms. These were the dear hearts who said: . “I miss this.” “My mom doesn’t love me anymore.” “My Dad hasn’t spoken to me in three years.” “Please just one more hug.” . You can only imagine what “Pastor Hugs” did to folks. So we told them over and over that they were impossibly loved and needed and precious. And we hugged until our arms fell off. This is what we are doing here, what we are here for. . The last pic is what you look like at the end of Pride covered in glitter, sweat, and more than a few tears. . Thanks to Sara Cunningham and the @freemomhugs tribe for the wonderful inspiration.

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Jen Hatmaker publicou várias fotos em seu Instagram do evento em 2018 com relatos emocionantes. Na legenda ela postou: “Minha querida igreja foi ao centro da #AustinPrideParade e distribuiu abraços. E quando eu digo abraços, quero dizer o tipo que uma mãe dá a seu filho amado”.

Na mesma hora diversas pessoas relataram nos comentários suas histórias com Jen, que a fortaleceu mais ainda. “Minha mãe não me ama mais”, disse um jovem. “Meu pai não fala comigo há anos”, disse outro. “Eu sinto falta disso”, respondeu mais um. “Por favor, apenas me dê um abraço”, completou outro.

Por toda esse trabalho, ela recebeu várias críticas de grupos religiosos em todo país. Mesmo assim, continua firme em seu propósito de que todos, sem exceção, merecem amor e mostra aos críticos de plantão que não importa com o que eles pensam. “Nós dissemos a eles repetidas vezes que eles eram amado, necessários e preciosos. E é pra isso que estamos aqui”, finalizou ela.