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Irlandês se torna o primeiro gay a doar sangue em seu país

Não é só no Brasil que existem regras duras contra doação de sangue feitas por homens gays

Irlandês se torna o primeiro gay a doar sangue em seu país
Irlandês se torna o primeiro gay a doar sangue em seu país -
Não é só no Brasil que existem regras duras contra doação de sangue feitas por homens gays. Na Irlanda do Norte, eles também são proibidos de serem doadores a não ser que fiquem, pelo menos um ano, sem ter relações sexuais com outro homem.
Por isso, um jovem gay de 28 anos, que acabou de doar sangue no país, entrou para História por quebrar esse paradigma.
Para eles, essa imposição é discriminatória, mas comemoram essa pequena conquista, já que com isso, milhares de possíveis doadores de sangue serão liberados na Irlanda do Norte.

O primeiro a realizar a doação foi Stevie Maginn, morador de Belfast, que está em um relacionamento monogâmico há bastante tempo.
Em entrevista concedida ao ‘Irish News’, ele disse que esperou mais de uma década para cumprir sua ambição de ajudar outras pessoas com um simples ato de doação de sangue.
“É algo que eu penso em fazer há anos e já estou inscrito para doar fluido espinhal para doação de células-tronco e doação de órgãos e outras coisas”, contou ele.

Por conta do isolamento social, Maginn não está tendo relações com seu parceiro há meses e com isso, conseguiu a autorização para realizar a doação.
Porém, ele apoia os militantes LGBTQ+, quanto a necessidade das mudanças legislativas para que seja permitido que todos, além dele, possam doar durante uma pandemia mortal.
Ele ainda completou dizendo que impor restrições sexuais aos gays é algo ultrapassado, já que todo sangue recolhido é devidamente testado para qualquer tipo de doença, e ainda lembrou que já faz tempo que todos sabem que o HIV, maior temor dos governantes, não é uma exclusividade dos homossexuais.
“É preciso avançar para um sistema baseado na atividade sexual dos doadores. Não é apenas uma questão de igualdade – eu poderia estar doando sangue há anos para ajudar o serviço de saúde – mas é o risco de heterossexuais que não estão envolvidos em sexo seguro e talvez tenham múltiplos parceiros sexuais”, disse ele.

Stevie acha um absurdo, que heterossexuais, que fazem sexo sem proteção, são liberados para doação de sangue e ele não, mesmo estando em uma relação monogâmica, apenas por conta da orientação sexual dele. “Eles são capazes de doar sangue, mas eu não posso, apesar de estar em um relacionamento monogâmico a longo prazo. Precisamos mudar para um sistema como a Itália, onde o sistema se baseia completamente no comportamento sexual e que é considerado arriscado”, completou.

A proibição na maioria dos países do mundo vem oriunda da pandemia do HIV nos anos 80, onde quando os homossexuais foram apontados exclusivamente como transmissores do vírus.
Porém, já faz anos que esse tabu foi derrubado com provas científicas e não existe o porquê manter essas restrições nos dias de hoje.
Métodos de testagem avançados já estão disponíveis em países como Itália, Portugal e Espanha há anos, e mesmo assim, ainda embarreram a doação de homens gays e bissexuais por pura discriminação.