A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem mais uma operação, no âmbito da Lava Jato, para prender acusados de envolvimento em esquema de pagamentos de propina. A Operação Capitu aconteceu simultaneamente nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso, além do Distrito Federal.
Um dos alvos da operação, o advogado Mateus de Moura Lima Gomes, preso em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), foi flagrado com R$ 3 mil em espécie dentro de uma privada. Gomes foi vice-presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) de janeiro de 2015 a agosto 2016. A operação visava a cumprir 19 mandados de prisão temporária e investiga pagamento de propina a representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 2014 e 2015, no segundo mandato da então presidente Dilma Rousseff (PT).
Entre os presos está o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (MDB), que foi ministro da pasta de março de 2013 a março de 2014, no final do primeiro mandato de Dilma.
A operação, baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apura o repasse de recursos por frigoríficos a representantes do Ministério da Agricultura. Em troca, medidas que beneficiavam o setor eram tomadas. O valor total em propinas chegaria a R$ 30 milhões.
Também foi preso Joesley Batista, dono da empresa JBS e que esteve preso em 2017. Segundo a PF, o empresário "mentiu e ocultou fatos" na delação premiada que firmou no âmbito da Operação Lava Jato para "tirar" a PF "da linha de investigação correta".
Outro mandado cumprido foi contra o ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso desde 2016.