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Promotores reagem a ataques sobre ilegalidade nas investigações de Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro afirmou que a investigação do Ministério Público do Rio deveria ser anulada

Ex-assessor de Flávio Bolsonaro falta a depoimento pela segunda vez - Foto: Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
Ex-assessor de Flávio Bolsonaro falta a depoimento pela segunda vez - Foto: Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia -
Os sete promotores do Ministério Público do Rio que investigam o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e ex-assessores por suspeita de crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa afirmam que o objetivo da apuração "não é devassar" a intimidade dos alvos, "mas sim apurar a efetiva destinação dos recursos públicos desviados" da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) - onde o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro foi deputado de 2003 a 2018.
 
 
 
A reação aos ataques de Flavio Bolsonaro e seus aliados, que tentam desqualificar e barrar as investigações desde dezembro, quando o Estadão revelou existência de relatório do Coaf sobre movimentações suspeitas do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, consta do pedido de quebra dos sigilos bancário e fiscal entregue à Justiça - e aceito.
 
 
 
Em entrevista ao Estadão, Flávio Bolsonaro afirmou que a investigação do Ministério Público do Rio era ilegal e deveria ser anulada.
 
 
 
O Ministério Público do Rio pediu a quebra de sigilo bancário de Flávio Bolsonaro, Queiroz e de outras 93 pessoas na investigação O requerimento à Justiça atribui ao senador indícios de 'fantasmas', compra e venda sub e superfaturada de imóveis, apropriação de salários e 'laranjas'. O pedido abrange o período de 2007 a 2018.
 
 
 
Segundo os promotores, a investigação busca "traçar o percurso do dinheiro, buscando desmascarar transações bancários e imobiliárias praticadas para lavar dinheiro ilícito e, ao fim da análise dos dados financeiros, identificar todos os integrantes da organização criminosa e promover a efetiva reparação dos danos causados ao erário estadual".
 
 
 
"Somente com a análise pormenorizada e cruzamentos dos dados bancários e fiscais será possível quantificar com precisão o volume total de recursos desviados dos cofres públicos pelos crimes de peculato, materializados no esquema das 'rachadinhas', e perseguir o destino das verbas públicas desviadas além de descortinar os crimes de lavagem de dinheiro praticados através de transações imobiliárias e bancárias, bem como os coatores da organização criminosa".
 
 
 
Com a palavra, Flávio Bolsonaro
 
 
 
O senador Flávio Bolsonaro defendeu-se por meio de nota divulgada por sua assessoria dizendo que "não são verdadeiras as informações vazadas acerca de meu patrimônio". Ele afirmou que continua sendo "vítima de seguidos e constantes vazamentos de informações contidas em processo que está em segredo de justiça"
 
 
 
A defesa de Queiroz
 
 
 
O advogado Paulo Klein, defensor da família Queiroz, também rebateu as acusações. "O que dizer do MP que depois de 1 ano e 5 meses não tem indícios mínimos de prática criminosa? Tanto é que não existe denúncia até agora"