Helicópteros e disparos sobrevoam as favelas

Enquanto a polêmica promessa de campanha do governador Wilson Witzel (PSC) de usar drones atiradores nas ações policiais em comunidades não se torna realidade, moradores convivem com tiros disparados de helicópteros. No fim de semana, moradores do Morro do Borel, na Tijuca, flagraram agentes em um helicóptero blindado da PM efetuando disparos em direção à comunidade enquanto sobrevoavam a região. "Moro aqui há quase um ano e não tinha visto nada parecido", disse um morador, que preferiu não se identificar.

Na manhã de terça-feira, moradores da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, relatarem rajadas disparadas de um helicóptero blindado da Polícia Civil. A PM informou que ambas as operações foram para cumprir mandados de prisão com o intuito de combater o tráfico e resultaram em apreensão de drogas.

No dia 8, moradores do Complexo do Alemão, na Zona Norte, acordaram ao som de rasantes de helicópteros e intenso tiroteio. Também houve relatos de disparos vindos de aeronaves.

Para o ex-capitão do Bope Rodrigo Pimentel, o ideal é que os helicópteros apenas orientassem a operação, mas, às vezes, acabam ajudando a salvar os policiais. "A verdade é que vivemos uma guerra de baixa intensidade no Rio. O ideal seria que as aeronaves servissem apenas para guiar as operações e mapear estrategicamente as ações. Mas, infelizmente, em muitas das vezes o helicóptero salva a vida de muitos policiais. Eu mesmo já me vi encurralado e consegui escapar graças à intervenção dos atiradores", disse Pimentel. Questionada se o uso de helicópteros em operações será rotina, a Polícia Militar não respondeu.