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Rainha da Imperatriz, capitã dos Bombeiros incendeia o Carnaval

Nos fins de semana, Flávia Lyra troca os coturnos pelos saltos altos para cair na folia

O desfile de 2018 foi o primeiro de Flávia como rainha de bateria
O desfile de 2018 foi o primeiro de Flávia como rainha de bateria -

De segunda a sexta-feira, Flávia Lyra, de 29 anos, veste seu uniforme para o dia a dia no quartel central do Corpo de Bombeiros. Já nos fins de semana, a capitã troca os coturnos por saltos para os ensaios como rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense. Nascida em Inhaúma, ela começou a frequentar os ensaios da escola de Ramos assim que "juntou as escovas" com o marido, Fernando Ferreira, morador de Olaria e também bombeiro. 

"Eu não podia desfilar nessa época porque, como já era bombeira, trabalhava durante os desfiles, na Sapucaí. Em 2014 eu parei de tirar serviço e pude realizar esse sonho, mas em cima dos carros", conta.

Flávia Lyra é capitã do Corpo de Bombeiros e Rainha de Bateria da Imperatriz Leopoldinense - Divulgação

Antes de Flávia ocupar o posto à frente da bateria da Verde-e-Branco, a rainha era a atriz Cris Viana. Como a Imperatriz tinha a tradição de chamar famosas para fazer esse papel, a capitã confessa que se surpreendeu com o convite do presidente Seu Luizinho:

"Eu ouvia dizer que existia a possibilidade de ter alguém da própria comunidade, mas não levei muita fé nisso".

No Carnaval de 2018, em sua grande estreia como rainha, a fantasia era mais comportada. Este ano, porém, a capitã pediu autorização à corporação para ousar um pouquinho mais. 

"Ser rainha de bateria como militar é uma coisa um pouco chamativa. Por isso, no ano passado, minha fantasia foi uma sainha, uma costeira bem grande. Não aparecia o bumbum. Mas como as pessoas estão mais acostumadas com essa novidade, eu gostaria de usar uma fantasia menor, que mostra mais o corpo. Pedi um biquíni mais ousado, feito com um material que está bem dentro do samba-enredo", revela Flávia, comentando sobre o tema deste ano na escola, que vai falar sobre dinheiro.

Flávia Lyra é capitã do Corpo de Bombeiros e Rainha de Bateria da Imperatriz Leopoldinense - Foto: Camila Carvalho
 

Bombeira há nove anos, ela admite que, no início, sofreu um pouco de preconceito no Corpo de Bombeiros. Mas, atualmente, seus colegas de trabalho a apoiam e costumam até falar que vão vê-la na Sapucaí: 

"Quando entrei na corporação, as pessoas sabiam que eu tinha alguma coisa a ver com o Carnaval. O pessoal reclamava e zoava, falando que estava chegando uma passista. Hoje em dia ninguém me reprime. Só me orientam e falam sobre os cuidados que devo tomar. Tem gente até que diz que vai comprar ingresso para me ver, pedem pra tirar foto comigo no quartel", comemora. 

A Imperatriz Leopoldinense vai desfilar na segunda-feira de Carnaval, a partir das 2h40. O samba-enredo deste ano é "Me dá um dinheiro ai" e mostra a relação das pessoas com o dinheiro

* Estagiária sob a supervisão de Marco Antonio Rocha

O desfile de 2018 foi o primeiro de Flávia como rainha de bateria Foto: Marcos Serra Lima
Flávia Lyra e seu marido, Fernando Ferreira Divulgação
Flávia Lyra é capitã do Corpo de Bombeiros e rainha de bateria da Imperatriz Camila Carvalho