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'É hora de aproveitar os bons ventos e bater as asas', afirma Felipe Velozo

Destaque em 'Mar do Sertão', ator fala sobre seu personagem, diz que se considera um bom partido e comemora a boa fase profissional; confira!

Felipe Veloso é destaque em Mar do Sertão
Felipe Veloso é destaque em Mar do Sertão -
Rio - Felipe Velozo, de 35 anos, fez sua estreia nas novelas em grande estilo. O ator, que dá vida Tomás, gerente do banco central em "Mar do Sertão", da TV Globo, conquistou o público com seu carisma e talento. Em entrevista ao Meia Hora, o baiano vibra com seu personagem, que é apaixonado por Rosinha (Sara Vidal), relembra seu trabalho no longa “Marighella”, comemora o bom momento profissional e revela o motivo de ter deixado a advocacia de lado para se dedicar ao sonho de atuar. Confira! 
- Felipe, qual é a emoção de estrelar sua primeira novela? 

Eu estou feliz demais. Demais! Não só por estar fazendo minha primeira novela, um desejo antigo, mas pelo ambiente que vivemos, as pessoas que tenho trabalhado e a história que estamos contando. Agradeço a Deus todos os dias e tento aproveitar ao máximo essa jornada. Uma novela leve, texto bonito, elenco talentoso, equipe acolhedora. Não é à toa que vêm fazendo tanto sucesso e colecionando elogios com pouco mais de um mês no ar.

- Como foi sua preparação para dar vida ao Tomás?

Eu tive muita liberdade no processo criativo. O fato de a novela ser ambientada no Nordeste, a maioria dos artistas serem de lá, fez com que a gente construísse muita coisa juntos. Como uma trupe, sabe? Todo mundo ajuda e busca sempre o melhor resultado do colega. Tive como inspiração dois grandes irmãos lá de Salvador: Rafael e Bruno. O primeiro trabalhou em banco muitos anos e o outro é gerente de banco em Miami atualmente. Homens que admiro, conheço muito bem e com histórias de vida inspiradoras. Pessoas que mudaram suas realidades pelo suor, persistência e sempre inflexíveis com seu caráter. Esse tipo de gente que quero levar pra tela.

- Você tem algo em comum com seu personagem?

Muito! Na minha caminhada tudo, absolutamente tudo, veio com esforço. Meu pai me ensinou uma lição, ainda criança que carrego comigo até hoje sobre os dois “i” : Identidade e Integridade. Identidade pra ter clareza de quem se é, de onde e de quem se veio e o que você se tornou. Integridade para manter plenos e inabaláveis a sua fé, os seus valores e o seu propósito. Exercito isso até hoje e vejo essa essência também no Tomás. Ele veio “do nada”, ocupa um cargo de destaque e não se corrompe. Pra mim ele traduz o que deveria ser o real sentido da expressão “jeitinho brasileiro”: Pessoas honestas, que vencem na vida, mesmo sem ter ferramentas e opções.

- O Tomás é faz o tipo 'bom partido'. Você também se considera um homem desses?

Claro! Trabalhador, honesto, educado, gente fina, engraçado, bom pai, bom marido, bom filho e ainda cheiroso. Tá ruim? (Risos) Muito humilde também né? (Risos)

- Na novela, o Tomás se apaixona por Rosinha. O que podemos esperar dele?
Ele se encanta por ela e acho que é recíproco. Como Tomás não quer misturar assuntos de trabalho com sentimento vai ser sempre muito respeitoso. Tomás vai se esforçar para conquistar Rosinha e torço que consiga. Quem não vai ficar nada contente com essas investidas dele é Seu Timbó (Enrique Diaz), pai de Rosinha.

- A novela retrata o povo nordestino. Qual a importância dessa representatividade do Nordeste em uma trama global, Felipe?

Acho um grande acerto! O reflexo disso é a audiência e repercussão que a novela está tendo. O regionalismo não é um problema, mas um trunfo.. O Brasil é um país gigantesco e plural. Quando a Globo decide investir numa trama legitimamente nordestina, contrata atores nordestinos pra contar essa história e faz sucesso, isso reflete que o público tem desejado cada vez mais diversidade

- Você é pé quente em suas estreias. Seu primeiro filme foi “Marighella”, uma obra super premiada. O que esse longa representa pra você?

Esse projeto até hoje é um cartão de visita pra mim. Sempre tive Wagner (Moura) como farol e hoje tenho ainda mais admiração, além da gratidão, por ter confiado no meu trabalho. O que faz a gente chegar, ser visto e reconhecido são as oportunidades. Sem isso não existe talento e esforço que resolva. Estrear no cinema num filme que conta a história de um baiano, dirigido por outro baiano, filmando na Bahia não poderia ter início melhor.

- Além da novela, seus fãs podem te ver em “Vale dos Esquecidos” (HBO Max) , “Eleita” (Amazon Prime). Me fala um pouquinho sobre esses dois trabalhos?

Isso! Duas séries bem diferentes. “Vale dos Esquecidos” é de terror e suspense. Estreou no último domingo e toda semana vai ao ar um episódio novo. Lá, interpreto dois personagens: Coyote, um campeão de MMA e Dalva, uma prostituta do século XVIII. O masculino e o feminino, a força e a doçura, a dor e o amor tudo no mesmo projeto. Foi um desafio gigantesco, mas estou bem feliz com o resultado. Já “Eleita” é uma série de comédia em que a Clarice Falcão dá vida a uma influencer que, por brincadeira, se candidata à governadora do Rio de Janeiro e acaba ganhando. Eu faço o Marlon, policial, chefe da segurança dela, que vai ser responsável por manter a chefa a salvo. Ou pelo menos tentar. Ele esconde um segredo que o público vai amar. Estreia dia 07 de outubro.

- Você vive seu melhor momento profissional, Felipe?

Sem dúvidas! Chegar até aqui, viver o que estou vivendo é uma benção. Estar no ar com uma novela e três séries - ainda tem 'Família Paraíso' no ar no Multishow, que vai pra Globo em outubro - é um feito que vai marcar minha carreira. É hora de aproveitar os bons ventos e bater as asas.

- O que te fez largar a advocacia para atuar?

Sou formado em Direito e ainda no período de faculdade tive um sentimento de frustração muito grande com o judiciário deste país. Você percebe que as coisas não são tão certinhas como no código, tão bonitas como na sala de aula e que a engrenagem não gira como deveria. Ali não era meu lugar. Estava me corroendo. Eu decidi que a única coisa que eu não poderia ser era um ser humano frustrado. Abandonei aquela vida e nunca mais olhei para trás. Comecei do zero um novo ofício, sem nenhum contato ou conhecimento sobre aquele mundo. Busquei um lugar que me trouxesse realização pessoal, profissional e também financeira. Foi assim que mergulhei na atuação, literalmente do zero. A primeira vez que entrei num teatro na vida foi pra estudar teatro. Fiz peças quando criança, na igreja. Sempre gostei do palco. No início, não existia nenhuma pretensão profissional. Era muito mais um menino desinibido que não tinha vergonha de falar em público e que se divertia com aquilo. Rodei por várias atividades, trabalhos, funções. Mal sabia o que estava por vir, mal sabia que não se foge ou se esquiva de um chamado. Hoje sou ator! Sigo o ofício a que fui destinado e que, agora entendo, já estava incutido em mim desde a infância. Continuo a caminhada, feliz pela missão que me foi confiada.
Felipe Veloso é destaque em Mar do Sertão Mateus Ross / Divulgação
Tomás (Felipe Velozo) Estevam Avellar/ TV Globo
Interpretando Tomás, Felipe Velozo, de 35 anos, é um dos destaques do elenco de 'Mar do Sertão', atual novela das 18h, da Globo Auri Mota/ Divulgação