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No Dia do Orgulho Trans, Erick Witzel fala do apoio do pai, o governador do RJ

Filho do governador não descarta seguir os passos do pai na política

Erick Witzel e o pai, governador do Rio
Erick Witzel e o pai, governador do Rio -
Nesta sexta-feira, 15 de maio, é comemorado o Dia Estadual do Orgulho de ser Travesti e Transexual. E fomos conversar com Erick Witzel, liderança trans, que atualmente desenvolve uma trabalho na Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDSRIO). 
Erick é filho do governador Wilson Witzel e não descarta seguir os passos do pai na política e contou ao Meia Hora sobre seu emprenho em se atender às demandas sociais e necessidades da população T, e elogiou o projeto Trans+Respeito da Prefeitura do Rio, em que dezenas de pessoas já foram capacitadas para o mercado de trabalho, em vagas efetivas ou temporárias. Confira a entrevista!
E nesse dia Do orgulho Trans, quais são seus motivos de orgulho?
Eu me orgulho de poder ser eu mesmo, o Erick, parece bobo, mas eu sei o quanto foi difícil simplesmente poder ser eu mesmo. E tenho muito orgulho de todos aqueles e aquelas que batalharam ao longo da história para termos nossos direitos garantidos, sou muito grato.
Quais pautas e demandas das pessoas Trans são mais urgentes?
No momento que vivemos, no meio da pandemia, essa questão está bastante escancarada. Existem muitas pessoas trans que ainda estão na informalidade, na prostituição então passam muito aperto, ficam sujeitos a muitas violências.
Que perguntas não se deve fazer a uma pessoa Trans. Tem alguma regra de etiqueta. Como não errar?

Eu poderia passar uma lista bastante grande de perguntas, pra dizer o mínimo, indelicadas. Mas prefiro orientar o seguinte: Não faça perguntas curiosas para pessoas trans que você não faria para pessoas CIS (pessoa que não é trans).
Como você se descobriu ser uma pessoa trans?
É um processo, vamos crescendo e ampliando nossa forma de ver o mundo, para mim foi algo natural, visto que continuo sendo como sempre fui, só desconhecia o termo ''trans'' até meados de 2009.
Teve aquela fase de sair do armário?
Essa questão do ''sair do armário'' virou quase um ponto protocolar, onde se espera que as pessoas LGBT+ oficializem seu título, seja ele qual for. Não gosto muito dessa ideia.
O que tem vale dizer para quem ainda quer ter essa conversa em casa com os pais?
Acredito que a questão focal nesta pergunta deve ser sobre os pais que queiram conversar com os filhos. Isso facilita muito o diálogo, é muito importante que as pessoas estejam abertas para isso. Comentários preconceituosos, atitudes machistas, essas coisas acabam afastando a possibilidade de conversa.
Qual sua relação com seu pai?
Temos uma ótima relação, conversamos bastante e ele me apoia muito.
Como você encara a responsabilidade de ser filho de um governador?
Hoje entendo que minhas falas e atitudes repercutem de uma forma que eu nunca imaginei, minha família não veio da política, então fui aprendendo junto com ele o tamanho da responsabilidade e o impacto que podemos causar com nossos posicionamentos.
Você pensa a se candidatar a algum cargo eletivo?
É uma possibilidade, mas depende de muitas variáveis. Por enquanto quero fazer o melhor que posso na CEDSRIO, trabalhar bastante.
Hoje você desenvolve um trabalho na Prefeitura do Rio. Fale sobre.
Trabalho na CEDSRIO e tem sido maravilhoso. Sou assessor de empregabilidade, junto à equipe pudemos reestruturar nosso banco de currículos e desta forma organizar os dados, de forma que mapeamos as demandas daqueles que nos acessam. Ampliamos a articulação com empresas colaboradoras, fazemos muitas sensibilizações/assessorias sobre diversidade, encaminhamos currículos e pudemos empregar as pessoas.
Qual é a maior barreira que uma pessoa Trans enfrenta hoje?
Vejo o preconceito como a maior barreira, pois ele contamina tudo por onde passa. O preconceito assume forma de violência, marginalização, evasão escolar, tudo isso dificulta a vida das pessoas trans e travestis, principalmente aquelas mais vulneráveis.
Sonha em ser pai? 
Por enquanto eu sou um grande pai de pet (risos). Não posso ver um bicho na rua que eu levo pra casa, cuido, vejo quem pode ficar, às vezes eu fico. Meu sonho mesmo é ter um espaço bem grande para acolher animais que tenham sido maltratados.
 
Erick Witzel e o pai, governador do Rio Arquivo Pessoal
Erick Witzel e o pai, governador do Rio Arquivo Pessoal
Erick Witzel e o pai, governador do Rio Arquivo Pessoal
Erick Witzel com a bandeira trans e servidora da Prefeitura do Rio Arquivo Pessoal